Sucede, Marília bela,
À medonha noite o dia;
A estação chuvosa e fria
À quente seca estação.
Muda-se a sorte dos tempos;
Só a minha sorte não?
Os troncos nas Primaveras
Brotam em flores viçosos,
Nos Invernos escabrosos
Largam as folhas no chão.
Muda-se a sorte dos troncos;
Só a minha sorte não?
Aos brutos, Marília, cortam
Armadas redes os passos,
Rompem depois os seus laços,
Fogem da dura prisão.
Muda-se a sorte dos brutos;
Só a minha sorte não?
Nenhum dos homens conserva
Alegre sempre o seu rosto;
Depois das penas vem gosto,
Depois de gosto aflição.
Muda-se a sorte dos homens;
Só a minha sorte não?
Aos altos Deuses moveram
Soberbos Gigantes guerra;
No mais tempos o Céu, e a Terra
Lhes tributa adoração.
Muda-se a sorte dos Deuses;
Só a minha sorte não?
Há de, Marília, mudar-se
Do destino a inclemência;
Tenho por mim a inocência,
Tenho por mim a razão.
Muda-se a sorte de tudo;
Só a minha sorte não?
O tempo, ó Bela, que gasta
Os troncos, pedras, e o cobre,
O véu rompe, com que encobre
À verdade a vil traição.
Muda-se a sorte de tudo;
Só a minha sorte não?
Qual eu sou, verá o mundo;
Mais me dará do que eu tinha,
Tornarei a ver-te minha;
Que feliz consolação!
Não há de tudo mudar-se;
Só a minha sorte não.
INTERPRETAÇÃO:
Na lira III, o poeta angustiado reflete sobre as constantes
mudanças da vida e ele está preso injustamente por isso ele pergunta Marília
porque sua sorte não mudar.
ARCADISMO:
Nesse poema a principal
característica do arcadismo e o bucolismo que expressa modelo de vida junto à
natureza e valorizar a mitologia grega usando palavras como´´ deuses´´.
GLOSSÁRIO:
ESCABROSOS:
Áspero,
pedregoso. De difícil acesso.
SITUAÇÃO
HISTÓRICA:
Na situação histórica ocorre em
1799 revela um homem angustiado porque está
sendo injustiçado na prisão longe do seu amor. Isso caraterísticas Pré
Romântico baseando- se no sentimento do
poeta.
Fernando Medeiros Alves Nº 14 1 ano ´´F´´
Nessa lira Tomás deixa bem claro, que tudo no mundo muda, a sorte dos tempos muda, só a dele que não.
ResponderExcluirA lira chega a ser mais um desabafo por não poder estar ao lado de Marília, já que na época ele estava preso.
No que se refere ao Arcadismo, ele usa a paisagem campestre e não apenas isso que você citou.
Acredito que tenha se enganado no momento que citou a Mitologia, é Mitologia Greco-Romana e não Grega, tanto que podemos ver até em determinadas liras(como por exemplo,a minha dessa semana)nomes de personagens da Mitologia Romana e não Grega, e pode não parecer, mas são duas Mitologias diferentes.
Número 29/1ºF
Percebo o sentimento de injustiça nas palavras de Dirceu, principalmente quando reflete sobre a sorte dos Deuses e outros, que por "terem feito o que fizeram", não mereciam tal sorte ("Aos brutos, Marília, cortam / Armadas redes os passos,/ Rompem depois os seus laços,/ Fogem da dura prisão./ Muda-se a sorte dos brutos;/ Só a minha sorte não?"). Logo penso que Dirceu se sentia solitário e triste por estar preso injustamente, mas que, novamente, o amor por Marília o renova e o faz perceber que ele tem mais sorte que todos os outros, por apenas ama-la e te-la ("Tornarei a ver-te minha;/ Que feliz consolação!/ Não há de tudo mudar-se;/ Só a minha sorte não..")
ResponderExcluirWanessa Azevedo, 36, 1°F.
Uma das melhores liras da parte II na minha opinião. Apesar da turbulência que vivia naquele momento, ele não perdia a sua fé, muitas vezes sua fé se abalava como ele citou ("...Não há de tudo mudar-se;/ Só a minha sorte não...") mas ele nunca perdia sua fé e a sua razão pela qual não perdia a fé e não desistia era por Marília. Ele fazia de Marília o seu consolo apesar dela estar longe dele e fazia dela como sua inspiração, as suas forças naquele momento tão complicado.
ResponderExcluirAna Luísa, 02, 1°F.
Nessa lira vemos que o eu lírico passa por um momento de reflexão, que ao passar do tempo dúvidas surgem em sua mente,ele relata que não é possível alguém sempre está feliz.Ao meu ver, o eu lírico está passando por um momento muito crítico envolvendo o seu lado sentimental, está vivendo uma vida de incertezas.
ResponderExcluirDiego Santos,09,1ºF.
Nesta lira , ele compara a sua sorte com a sorte de outros, ele fala que a sorte de todos mudaram menos a dele. Porém se considera inocente e com razão (pelo meu entendimento nessa parte do livro ele está preso), fala também do destino dele mudar, e menciona sobre traição. Diz que o mundo verá quem ele é e que dará a ele mais do que ele já tinha. No final da lira destaca que a única consolação que ele tem é que tornara a ver Marília.
ResponderExcluirAna Vitória,03,1F