quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Parte II - Lira V


Os mares, minha bela, não se movem,
O brando Norte assopra, nem diviso
Uma nuvem sequer na Esfera toda;
O destro Nauta aqui não é preciso;
Do seu governo a roda.

Mas ah! que o sul carrega, o mar se empola,
Rasga-se a vela, o mastaréu se parte!
Qualquer varão prudente aqui já teme;
Não tenho a necessária força, e arte.
Corra o sábio Piloto, corra, e venha
Reger o duro leme.

Como sucede à nau no mar, sucede
Aos homens na ventura, e na desgraça;
Basta ao feliz não ter total demência;
Mas quem de venturoso a triste passa,
Deve entregar o leme do discurso
Nas mãos da sã prudência.

Todo o Céu se cobriu, os raios chovem:
E esta alma, em tanta pena consternada,
Nem sabe aonde possa achar conforto.
Ah! não, não tardes, vem, Marília amada,
Toma o leme da nau, mareia o pano,
Vai-a salvar no porto.

Mas ouço já de Amor as sábias vozes:
Ele me diz que sofra, senão morro,
E perco então, se morro, uns doces laços;
Não quero já, Marília, mais socorro;
Oh! ditoso sofrer, que lucrar pode
A glória dos teus braços!
Interpretação: Na lira V, e um verdadeiro pedido de socorro. Na vida existe momentos que é igual a uma viagem de barco com vários obstáculos mas não o suficiente para fazer desistir de um grande amor.
Características do arcadismo: Nessa lira, temos como características o racionalismo e a preocupação com o homem natural.
Contexto histórico: Esta segunda parte foi escrita na prisão da ilha das cobras, traduz a solidão de Dirceu, ele utiliza Marília como pretexto para falar de seu sofrimento. Ações que são consideradas pré--romântica para alguns.
Glossário:
Prudente: Discreto.
demência:
Insensatez, loucura.
Leme:
Direção.





Joyce Mara, 17, 1°F.

6 comentários:

  1. Essa lira chega a ser bem mais do que isso que você falou, ele mostra que na vida temos momentos ruins e turbulentos, comparou a vida dele a um navio, tanto que em determinados momentos ele pede, suplica que ela dirija a vida dele.Um exemplo que pode ser visto logo no começo da lira é quando ele diz "...Corra e venha reger o duro leme."
    Ele precisa dela pra sobreviver, é mais ou menos isso. Ao meu ver, a interpretação é muito mais complexa do que parece.
    Só mas uma coisa, cuidado com os erros de português.

    Número 29/1ºF

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  2. Concordo com a Joyce a interpretação foi pequena mas foi direta. Apesar de todo sofrimento ele não desiste da sua amada e é exatamente como falaram ele comparou a vida com um navio ou talvez um barco e que apesar de está sofrendo, passando por um momento confuso ele não desiste ele continua a remar, amar e re-amar Marília e já no final da lira o autor fala para concluir "Oh! ditoso sofrer, que lucrar pode
    A glória dos teus braços!" e essa parte da lira mostra exatamente o quanto o autor sofre por sua amada mas ao mesmo tempo o autor demonstra que por ela vale apena sofrer de amor.
    Ana Luísa, 02, 1ºF

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  3. Nessa lira consigo notar o quanto o eu lírico está sentindo falta de Marília, como ele mesmo deixou transparecer ,ele está precisando de alguém para endireitar sua vida.Concordo com a Joyce,ao meu ver é necessário algo muito forte para desistirmos de um grande amor.
    Diego Santos,09,1ºF.

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  4. Para mim, a lira soa como um apelo. Tanto para que Marília ajude-o a dar rumo a sua vida, tanto como um apelo interno, para que ela não se sinta tão desconsolado longe de sua amada. Essa me parece a lira (das escolhidas), que carrega mais desespero. Tomás novamente, parece temer o futuro e mais que isso, imaginá-lo sem Marília.
    Wanessa Azevedo, 36, 1°F.

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  5. Muito obrigado Samuel pelo seu comentários, mais acho que erros ortográficos quem tem que reparar e o professor, você tem direito de fala sobre a lira e não dos erros...(só acho.

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  6. A esqueci de colocar meu nome Joyce Mara

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