quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Soneto 10

Mudou-se enfim Lidora, essa Lidora
Por quem mil vezes fé me foi jurada.
Que vos detém, ó céus, que castigada
Ainda não deixais tão vil traidora?

Não haja piedade; sinta agora
A dita sem remédio em mal trocada:
Pois, se assim não sucede, fica ousada
Para ser outra vez enganadora.

Vingai, ó justos céus..., mas ah! que digo?
Que maltrateis Lidora? - O sentimento
Privou-me do discurso; eu me desdigo.

Não, não vibreis o raio violento;
Pois se que a compaixão do seu castigo
Há de aumentar depois o meu tormento.

Interpretação
Neste soneto o eu lírico faz referência a uma mulher chamada Lidora, deixa transparecer sua indignação e revolta.Podemos perceber claramente nesse soneto que o eu lírico sofreu uma desilusão amorosa, e que ele deixará que sua “vingança” seja feita por Deus.( Vingai, ó justos céus..., mas ah!)
Características do Arcadismo
Consigo identificar à presença do pastoralismo e espontaneidade dos sentimentos.
Contexto histórico
Não é possível saber se essa mulher que o soneto faz referência, teve algo com Dirceu antes ou depois do exílio. Há dúvidas sobre a terceira parte do livro, ou seja, não temos certeza de quem escreveu-a.
Glossário
Desdigo: Verbo, presente do indicativo 1ª pessoa singular de desdizer .

Diego Santos,09,1ºF.



3 comentários:

  1. Concordo com o meu colega, Tomás mostra novamente nesse soneto como está indignado e chateado, provavelmente essa desilusão ocorreu por conta de Marília.

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  2. Também vejo essa indignação da parte de Dirceu, e acima de tudo, vejo que ele quer que quem lhe causou tal dor, sofra o mesmo. Mas, como deixa explicito na última estrofe, sabe que isso trará castigo para ele, então, deixa na mão de Deus e espera que a justiça seja feita.
    Wanessa Azevedo, 36, 1F

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