quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Soneto 11

    Com pesadas cadeias manietado,
Às vozes da razão ensurdecido,
Dos céus, de mim, dos homens esquecido,
Me vi de amor nas trevas sepultado.
Ali aliviava o meu cuidado
C’o dar de quando em quando algum gemido.
Ah! tempo! Que, somente refletido,
Me fazes entre as ditas desgraçado.
Assim vivia, quando a falsidade
De Laura me tornou num breve dia
Quanto a razão não pôde em longa idade:
Quebrei o vil grilhão que me oprimia!
Oh! feliz de quem goza a liberdade,
Bem que venha por mãos da aleivosia!
Interpretação

Este soneto fala do sofrimento, da solidão e melancolia que vivia Tomás Antônio Gonzaga, quando estava longe de seu amor, Marília.
Na segunda estrofe fala que se considera um desgraçado por tanto tempo de sofrimento. Nas duas últimas estrofes fala da sua sensação de liberdade ao saber por Laura (não se sabe quem é), de uma traição. E essa  traição
fez por ele, em um breve dia, o que a razão não havia feito em um bom tempo: libertou-lhe...

Contexto histórico –

Ele escreveu isto quando estava provavelmente exilado em Moçambique, pela sua participação na Inconfidência Mineira.

Arcadismo

Nesse soneto se encontra  os pensamentos causados por inspiração a frases de Horácio “fugere urbem” – fugir da cidade e “carpe diem”- aproveite o dia ou seja fala da sua liberdade, de aproveitar aqueles poucos momento que já não sofria por Marília

Glossário

Aleivosia

Traição, fraude, deslealdade, aleive.

ensurdecer
Fazer ficar surdo: 

Manietado

Sinônimo de manietado: atado
vil 
- De valor pequeno; ordinário
grilhão 
s.m. Cadeia metálica de anéis encadeados. / Cordão grosso de ouro, que se usa ao pescoço. / Fig. Laço, prisão. ...


Ana Luisa, 02, 1F

3 comentários:

  1. Concordo com a minha colega em partes, pelo que eu entendi dos sonetos que li de Tomás, Marília já não faz mas parte da vida dele, ele foi traído, muitos sonetos ele mostra a sua indignação.

    Número 29/1ºF

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  2. Nesse soneto vemos que na vida de Dirceu já não aparece somente Marília, mas também outras mulheres.
    Diego Santos,09,1ºF.

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  3. Permaneco com a minha opnião dada no soneto da aluna Joyce. "O que eu entendi do soneto, na primeira estrofe, foi que Dirceu estava "morto" pelo amor. Que por estar em idade mais avançada, sofria as traições da vida e dos amores e para mim, é disse que ele procura se libertar."
    Wanessa Azevedo, 36, 1F

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