domingo, 8 de setembro de 2013

Soneto 6


Quantas vezes Lidora me dizia,
Ao terno peito minha mão levando:
- Conjurem-se em meu mal os astros, quando
Achares no meu peito aleivosia!
Então que não chorasse lhe pedia,
Por firme seu amor acreditando.
Ah! que em movendo os olhos, suspirando,
Ao mais acautelado enganaria!
Um ano assim viveu. Oh! céus, agora
Mostrou que era mulher: a natureza,
Só por não se mudar, a fez traidora.
Não, não darei mais cultos à beleza,
Que depois de faltar à fé Lidora,
Nem creio que nas deusas há firmeza.

Interpretação

um caso de amor lindo, durante um período, com juras de amor peito a peito, vivendo um abstrato de beleza até um dia a realidade humana julgando a mulher como culpada dessa realidade, chamando-a de traidora. Neste soneto dá a entender que o eu lírico vive em um momento de descrença amorosa.
  

Contexto histórico

Acredito que o autor escreveu isto quando ele estava exilado em Moçambique 


Arcadismo

Neste soneto o autor usa o arcadismo de  Inutilia truncat “ que é o contrário do barroco ou seja o autor neste fala com bastante simplicidade, usando uma linguagem direta

Glossário

aleivosia: 

Significa traição;

Acautelado

adj. Cauteloso, prudente.
Astuto, manhoso.

 Conjurar


v.t. Intentar por meio de conspiração.
Conspirar, tramar, maquinar
Ana Luisa, 02, 1F

Um comentário:

  1. Bom dia!
    Cada membro faz uma dissertação utilizando um tema da Lira 5 da 3ª parte do livro, com pelo menos 30 linhas e publica até 16/09/2013. Tenha uma boa semana.
    Professor Ivan

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