segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Atividade final : Lira 5 da 3ª parte

Mitologia Grega

Na lira podemos observar que ele faz um culto a Deus mas sem citar uma religião especifica mas cita um deus da mitologia grego, o Apolo. Nesta lira observamos   um mito da mitologia grega na parte em que ele fala "Pela ninfa, que jaz vertida em louro ,o grande deus apolo não delira?" ele se dirigia a história de dafne uma ninfa perseguida por Apolo que ao gritar foi transformada em louro, sendo árvore favorita de Apolo que cingia por ela, dito isto não é um sinal de humildade nem de soberbos idade, e sim de um delírio de um deus por uma mortal.

No contexto histórico, ele tinha escrito isso quando ele estava exilado em Moçambique e com o passar do tempo ele só piorou em relação a isso, por este fato ele poderia ter se aproximado de um Deus. Mas prefiro acreditar que para fugir de toda a sua desgraça naquele momento ele recorreu aos seus pensamentos, a sua imaginação. Fazendo de seus sentimentos, de seus sonhos uma mitologia grega.

Os gregos enxergavam tudo o que cercavam e procuravam uma explicação para tudo e já que muitas vezes não existia uma resposta e o povo grego tinha uma mente muito “fértil”, muito criativa e então  eles criaram os mitos, a mitologia grega, para explicarem diversos assuntos . Os gregos em geral sempre procuravam uma explicação mitológica para certos acontecimentos. E acredito que o Tomás fazia o mesmo, recorria à mitologia para respostas, no decorrer de suas liras eu comecei a observar como ele fantasiava a realidade, como ele fazia de Marília uma deusa grega já que diferentes dos Deuses de outros povos os deuses gregos tinham defeitos, eles cometiam erros e em minha opinião é isso que faz a mitologia grega tão encantadora, o que faz milhares de pessoas se encantarem por ela: A falta de perfeição. Diferente das maiorias das religiões os gregos optaram por deuses imortais, porém com características de seres humanos. Deuses que sentiam ciúmes, inveja, que sentiam o rancor de uma traição. Por isso que Tomás falava de Marília e de diversas outras situações  como uma mitologia grega. Porque Tomás reconhecia que apesar de Marília ser encantadora, Marília carregava defeitos dentro de si e que Marília não era perfeita e que ela iria machuca-lo diversas vezes, mas que aquilo não impediria dela ser uma musa, uma deusa grega para Tomás.



Como já disse a mitologia grega tem como função explicar o seu mundo e fenômenos assim como para Tomás porque se observarmos suas liras é um pedido de socorro, eram muitos questionamentos e já que Tomás não era capaz de decifrar todos os seus questionamentos então ele escrevia uma mitologia grega para tentar achar uma resposta, uma explicação para tudo que sentia durante aquela época de sua vida. 

Ana Luisa, 02, 1F

Atividade final

    Como podemos ver, além do título do livro, os poemas se referem ao amor de Dirceu por Marília, mas em algumas liras, ele fala sobre outros amores que ele teve no decorrer de sua vida. Marília foi quem Dirceu mais amou, pois foi a ela dedicada sua obra, mas isso não impedia que ele tivesse olhares para outras mulheres antes de conhecer a que mexeu realmente com o seu coração.
       O que eu achei interessante na lira V, em especial, foi o fato de que Dirceu não estava ainda morrendo de amores por Marília, que é o amor inspirador do autor, ele fala de outra pessoa, que não dá pra saber ao certo quem é, mas que ele chama de Nise e quem tenta impressionar.
        E o tema que me chamou atenção é a vontade que Dirceu tem de fazer com que a amada o correspondesse. Em todas as liras, até nas que Marília não é citada, Dirceu como super apaixonado se entrega muito fácil aos seus amores e se deixa levar por todas as aventuras que suas paixões trazem para ele, sem ter medo de as conseqüências serem boas ou ruins, sofrendo depois. Podemos notar que ele não era egoísta e que se preocupava com o próximo e se comparava com eles, até mesmo se colocando inferior a eles.
        Hoje em dia é difícil de encontrar pessoas como Tomás, que se entreguem fácil. As pessoas estão casa vez mais fechadas, não querem saber o próximo, nem se doar para eles, em relação a tudo. Esse fechamento das pessoas é ruim, a meu ver, pois vai em direção ao individualismo do ser humano. E esse individualismo não trás boas conseqüências para a sociedade. Falta amor entre as pessoas, falta essa comunicação e relação entre os seres e quanto mais às pessoas vão se fechando, menos amor e compreensão do outro se tem. Antigamente, se dava mais importância aos sentimentos, as pessoas queriam ver o bem do outro. Isso tem relação também com o fato dele levar a vida no campo, talvez ele se entregasse mais fácil por essa “carência” e por ficar a maior parte do tempo sozinho. Hoje em dias, as pessoas só se preocupam com si mesmas, o egoísmo é grande e a cada dia, mais se dar valor ao que a pessoa tem. Nas grandes cidades, não se tem tempo para nada. As pessoas estão preocupadas com ganhar, ganhar e não se preocupam com o que podem oferecer ao outro. Na lira o eu lírico também fala de seus bens, mas o que ele mais presa é os seus sentimentos para a mulher e quer que ela leve isso em consideração também.

Joyce Mara, 17, 1F.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Atividade Final

       A terceira parte do livro foge um pouco da forma como Tomás escrevia seus poemas, composto na maioria por liras. O livro em si fora baseado no amor por Maria Dorotéia, mas nessa parte, fica claro que o autor interessava-se por outras musas. Segundo algumas pesquisas, o fato dessa terceira parte citar outros amores e estar em forma diferente do resto do livro, é que Dirceu estava começando a “ser um árcade”, e que não havia conhecido Marília, para qual dedicou sua obra.
       Na lira V, Dirceu cita Nise e coloca em questão seus bens materiais, comparando-se com reis e outros com menos riquezas que ele. A referência às riquezas que Dirceu possuía é o tópico predominante na lira e é o tema que irei tratar. Na segunda estrofe, quando Tomás diz "Não cinjo coroa d’ouro;/ mas povos mando, e na testa altiva verdeja a coroa do sagrado louro." percebo que o autor faz referência à reis, que além das riquezas, tem poder sobre algum povo. Ao meu ver, apesar de colocar-se como um "rei diferente", a autoridade era algo que Dirceu valorizava. Acredito que hoje em dia não seja muito diferente de antigamente, desde os primórdios há um certa hierarquia na sociedade e as pessoas de maior destaque são as com maior poder e maior autoridade. Apesar dos avanços na sociedade e das diversas mudanças que os acompanham, algo que não muda é esse realce das autoridades e mesmo com todas as desigualdades, tanto em relação ao tratamento, quanto em relação à questão de chegar ao poder, ainda há o respeito, a cortesia e a necessidade desses. 
      A auto-colocação que o autor faz é, além de uma reflexão sobre sua vida, uma súplica para que Nise reconhecesse sua posição em relação ao seu poder aquisitivo, sua colocação em meio a sociedade e que definisse assim, suas "chances" comparado aos outros pretendentes da amada. Mas a questão é que não se sabe ao certo, como o autor queria ser visto por ela, pois sua forma de escrever não dá a entender que quisesse maior destaque. Entre as diversas concepções, é difícil ter a certeza de quais eram as riquezas mais valiosas que Dirceu carregava junto a si, se eram as riquezas “exteriores”, ou se eram as riquezas “emocionais” e quais eram as que ele considerava mais importantes. É perceptível a exaltação dos bens, mas também é perceptível que o autor não queria glorificar-se por tê-los, mas com humildade, enumerar os diversos motivos que o fez merecê-los. Entretanto, a lira não vem preocupar-se especialmente com o achar do eu lírico, mas sim, com o da amada citada no final de cada estrofe. Esse é o foco que o autor queria, que sua amada o visse como ele realmente fosse, e não correspondesse seus sentimentos pelos seus bens, mas pelo o que ele fez para consegui-los e o que ele pudera fazer para conquistar seu coração. Comparando essa contradição do autor com o dia-a-dia, podemos perceber que apesar de tudo, nada vale ter muita riqueza material, se nada se pode oferecer ao outro. A maior riqueza é aquela que não se pode ser tocada ou vista.
        
Wanessa Azevedo, 36, 1F.

domingo, 8 de setembro de 2013

Soneto 6


Quantas vezes Lidora me dizia,
Ao terno peito minha mão levando:
- Conjurem-se em meu mal os astros, quando
Achares no meu peito aleivosia!
Então que não chorasse lhe pedia,
Por firme seu amor acreditando.
Ah! que em movendo os olhos, suspirando,
Ao mais acautelado enganaria!
Um ano assim viveu. Oh! céus, agora
Mostrou que era mulher: a natureza,
Só por não se mudar, a fez traidora.
Não, não darei mais cultos à beleza,
Que depois de faltar à fé Lidora,
Nem creio que nas deusas há firmeza.

Interpretação

um caso de amor lindo, durante um período, com juras de amor peito a peito, vivendo um abstrato de beleza até um dia a realidade humana julgando a mulher como culpada dessa realidade, chamando-a de traidora. Neste soneto dá a entender que o eu lírico vive em um momento de descrença amorosa.
  

Contexto histórico

Acredito que o autor escreveu isto quando ele estava exilado em Moçambique 


Arcadismo

Neste soneto o autor usa o arcadismo de  Inutilia truncat “ que é o contrário do barroco ou seja o autor neste fala com bastante simplicidade, usando uma linguagem direta

Glossário

aleivosia: 

Significa traição;

Acautelado

adj. Cauteloso, prudente.
Astuto, manhoso.

 Conjurar


v.t. Intentar por meio de conspiração.
Conspirar, tramar, maquinar
Ana Luisa, 02, 1F

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Soneto 12

Com pesadas cadeias manietado,
Às vozes da razão ensurdecido,
Dos céus, de mim, dos homens esquecido,
Me vi de amor nas trevas sepultado.

Ali aliviava o meu cuidado
C'o dar de quando em quando algum gemido.
Ah! tempo! Que, somente refletido,
Me fazes entre as ditas desgraçado.

Assim vivia, quando a falsidade
De Laura me tornou num breve dia
Quanto a razão não pôde em longa idade:

Quebrei o vil grilhão que me oprimia!
Oh! feliz de quem goza a liberdade,
Bem que venha por mãos da aleivosia!

Interpretação:  Apesar de Dirceu está preso em um mundo sombrio , nada tirava a sua vontade de se tornar uma pessoa livre, mesmo que algo estivesse o "prendendo."
Características do arcadismo: No soneto noto a presença da espontaneidade dos sentimentos e tom confessional.
Glossário:
Manietado: Sinônimo de manietado :atado.
Ensurdecido: Fazer ficar surdo.
Grilhão: Cadeia metálica de anéis encadeados.
Aleivosa:
Traição.


Joyce Mara,17,1ºF.

Soneto 11

    Com pesadas cadeias manietado,
Às vozes da razão ensurdecido,
Dos céus, de mim, dos homens esquecido,
Me vi de amor nas trevas sepultado.
Ali aliviava o meu cuidado
C’o dar de quando em quando algum gemido.
Ah! tempo! Que, somente refletido,
Me fazes entre as ditas desgraçado.
Assim vivia, quando a falsidade
De Laura me tornou num breve dia
Quanto a razão não pôde em longa idade:
Quebrei o vil grilhão que me oprimia!
Oh! feliz de quem goza a liberdade,
Bem que venha por mãos da aleivosia!
Interpretação

Este soneto fala do sofrimento, da solidão e melancolia que vivia Tomás Antônio Gonzaga, quando estava longe de seu amor, Marília.
Na segunda estrofe fala que se considera um desgraçado por tanto tempo de sofrimento. Nas duas últimas estrofes fala da sua sensação de liberdade ao saber por Laura (não se sabe quem é), de uma traição. E essa  traição
fez por ele, em um breve dia, o que a razão não havia feito em um bom tempo: libertou-lhe...

Contexto histórico –

Ele escreveu isto quando estava provavelmente exilado em Moçambique, pela sua participação na Inconfidência Mineira.

Arcadismo

Nesse soneto se encontra  os pensamentos causados por inspiração a frases de Horácio “fugere urbem” – fugir da cidade e “carpe diem”- aproveite o dia ou seja fala da sua liberdade, de aproveitar aqueles poucos momento que já não sofria por Marília

Glossário

Aleivosia

Traição, fraude, deslealdade, aleive.

ensurdecer
Fazer ficar surdo: 

Manietado

Sinônimo de manietado: atado
vil 
- De valor pequeno; ordinário
grilhão 
s.m. Cadeia metálica de anéis encadeados. / Cordão grosso de ouro, que se usa ao pescoço. / Fig. Laço, prisão. ...


Ana Luisa, 02, 1F
Soneto 10

Mudou-se enfim Lidora, essa Lidora
Por quem mil vezes fé me foi jurada.
Que vos detém, ó céus, que castigada
Ainda não deixais tão vil traidora?

Não haja piedade; sinta agora
A dita sem remédio em mal trocada:
Pois, se assim não sucede, fica ousada
Para ser outra vez enganadora.

Vingai, ó justos céus..., mas ah! que digo?
Que maltrateis Lidora? - O sentimento
Privou-me do discurso; eu me desdigo.

Não, não vibreis o raio violento;
Pois se que a compaixão do seu castigo
Há de aumentar depois o meu tormento.

Interpretação
Neste soneto o eu lírico faz referência a uma mulher chamada Lidora, deixa transparecer sua indignação e revolta.Podemos perceber claramente nesse soneto que o eu lírico sofreu uma desilusão amorosa, e que ele deixará que sua “vingança” seja feita por Deus.( Vingai, ó justos céus..., mas ah!)
Características do Arcadismo
Consigo identificar à presença do pastoralismo e espontaneidade dos sentimentos.
Contexto histórico
Não é possível saber se essa mulher que o soneto faz referência, teve algo com Dirceu antes ou depois do exílio. Há dúvidas sobre a terceira parte do livro, ou seja, não temos certeza de quem escreveu-a.
Glossário
Desdigo: Verbo, presente do indicativo 1ª pessoa singular de desdizer .

Diego Santos,09,1ºF.